Testemunho: Carol Rocha. "O Senhor me amou primeiro!"


O Senhor me amou primeiro!

Fiquei pensando sobre o que contar como testemunho... Ao longo de 30 anos – boa parte deles sem Jesus – foram muito milagres. O Senhor sempre foi muito bondoso comigo, mesmo quando ainda não O conhecia, mas acho que o maior milagre que Deus fez foi em mim.  
Sou filha adotiva. Fui “dada” à minha família quando tinha 2 mêses. Descobri quando tinha 4 anos numa discussão verbal entre minha mãe adotiva e a biológica. Não tinha consciência exata do que era, mas ao longo do tempo - e apesar do amor que recebi dos meus pais - fui tomando um medo enorme de me devolverem para minha família de origem... e esse “monstro do medo”, criado pro mim, marcou profundamente a minha história.
Minha mãe sempre foi bastante comunicativa, mas meu pai era “fechado” e tinha problemas de saúde. O amor deles era real, porém eu tinha medo enorme de perdê-los.
Desde cedo questionava as razões pelas quais a minha mãe havia me rejeitado. O que eu havia feito de errado...? Cheguei a perguntar a ela, certa vez. Qual o defeito que eu tinha pra que ninguém me quisesse? Eu era só uma criança... Então comecei a criar mecanismos que me fizessem ser aceita pelos outros! E ainda assim me sentia inferior e sempre que alguém – por alguma razão – saia da minha vida, era uma roptura que me fazia não ser aceita de novo. Era como se eu afastasse as pessoas. Na verdade, nem eu me aceitava!
Quando comecei a crescer as dificuldades de relacionamento viraram um problema. Eu achava que não iriam me aceitar do jeito que eu era. Tentava sempre agradar as pessoas e não admitia erros da minha parte. Até mesmo com o meu pai eu falava com cautela. Quando eu aprontava - o que é natural para uma criança - ele usava uma frase que nunca vou me esquecer: “a gente faz de tudo por um filho e é isso que a gente recebe...?”. Era um frase corretiva, sem maldade, num tom rústico de uma pessoa humilde e já idosa - hoje que sou mãe entendo -, mas eu achava que isso era o suficiente pra que juntasse as minhas coisas e me mandasse embora. Sem que ele soubesse, chorava muito e ficava com raiva de mim. Já tinha até uma frase pronta: “por favor, não me devolve...prometo que nunca mais vou errar!”
Essa síndrome de rejeição me acompanhou até a fase adulta e confesso que até pouco tempo ainda sofria pelo mesmo motivo. Tentava chamar atenção dos rapazes pelo meu corpo e se não estava em forma me sentia muito mal. Era como se a sociedade não fosse me aceitar, como se fosse necessário criar uma capa de proteção para que ninguém visse que eu ainda era aquela criança lá de trás, cujos pais não quiseram.
Quando me converti ainda carregava mágoas e feridas internas que ora fechavam, ora abriam como um abismo dentro de mim. Quando errava, orava a Deus na certeza de que nem Ele iria me aceitar de volta. Pedia perdão envergonhada. Não sei como nem em que momento da minha caminhad cristã, mas Deus começou a falar comigo e as coisas foram ficando claras.
Em 2012 o meu mundo virou de ponta cabeça pra que Deus me mostrasse que não era o que eu tinha por fora que atraia as pessoas, mas o que havia por dentro e que era o lado de dentro que não estava bom. Que quando as pessoas saem das nossas vidas é porque o tempo delas na nossa história acabou! Que não era e nem sou eu o motivo! Então comecei a ver Deus em todos os momentos, desde o ventre da minha mãe.
Fiquei sabendo que ela passou quase a gravidez inteira dormindo num banco de um centro espírita, que passou fome, apanhou durante a gravidez. O meu pai biológio, que morreu num assalto quando eu tinha uns 4 ou 5 anos, não aceitou a gravidez. Se ela sofreu, eu, que estava dentro, sofri junto! Ela tinha todos os motivos do mundo pra fazer um aborto, mas não o fez. Até, num ato de desespero – e em total desequilíbrio psicológico-, disse que compraria veneno pra que eu tomasse, mas a impediram e por esse motivo acabou abrindo mão de mim... E Deus me disse: filha, olha pra mim, Eu te amei primeiro! Não pelo que você é, mas pelo que Eu sou. Eu te chamei e te escolhi.
E desde então a minha vida mudou. Foram necessário 29 anos e quase 5 anos de conversão pra que eu entendesse que alguém me ama do jeito que eu sou! Mesmo sendo falha, tenho mudanças de humor, mesmo quando estou de tpm, mesmo quando os ponteiros da balança marcam uns quilinhos a mais... não é  necessário usar máscaras, nem me fazer aceitável! Da mesma forma as pessoas também vão me amar pelo que eu sou por dentro. É claro que é preciso morrer todos os dias e tratar o meu caráter humano, mas se ainda assim não amarem, tanto faz! Talvez o problema esteja nelas e talvez nem tenham problemas! O Senhor Jesus (Pai, Filho e Espírito Santo), aquele que esteve ao meu lado e está em todo tempo, que acompanhou a minha gestação, que cuidou de nós quando dormíamos num banco de madeira, que escolheu esta família maravilhosa pra mim (hoje só a minha mãe, pois o meu pai descansa na glória), nunca me rejeitou.
Eu sou especial, sou preciosa. Sou falha, frágil, pequena, mas filha do Rei! Aprendi até a ter duas mães e isso é maravilhoso! E as duas me amam - posso afirmar. Renunciar um filho não é fácil, assim como aceitar uma criança estranha dentro de casa também não é! Sobre o amor, entendi que Ele me ama mais! E te ama também, assim, do jeitinho que você é.
Fui curada da rejeição quando Deus me ensinou a me amar.       


Testemunho da Carolina Rocha.  


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